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Grupo Comunhão e Direito do AM realiza projeto sobre proteção da criança e do adolescente na zona Leste de Manaus

Portal O Judiciário Redação
Fachada do TJAM (Foto: Divulgação/TJAM)

A atividade foi realizada por operadores do Direito e profissionais de várias áreas de forma voluntária.
O grupo Comunhão e Direito do Amazonas, coordenado pela desembargadora Socorro Guedes Moura, do Tribunal de Justiça do Estado (TJAM), promoveu na manhã do último sábado (14/3), o projeto Fraternidade e Direito na Comunidade: Protegendo Crianças e Adolescentes, no Centro Social Roger Cunha Rodrigues, localizado no conjunto Ouro Verde, zona Leste de Manaus, área de periferia da capital. Trata-se do segundo projeto do grupo, formado por operadores do Direito e profissionais de diversas áreas, todos atuando voluntariamente.
O primeiro projeto foi promovido entre maio e julho do ano passado, com a realização de 12 oficinas para jovens e adultos, incluindo imigrantes venezuelanos, sempre nas manhãs de sábado, também no “Roger Cunha”. Cada oficina discutiu um assunto relacionado à cidadania: Nascimento – o direito à vida, o direito à saúde, ao nome, ao registro civil, à família e o direito à moradia; Infância – o direito à educação e os direitos da criança e do adolescente; Adolescência – o direito à igualdade, diferenças e discriminação, questões de gênero, raça, sexo, cor etc; Juventude – direitos políticos e o valor do voto; Fase Adulta – o casamento, constituição dos diversos tipos de família, dissolução da união, guarda de filhos, violência doméstica; Terceira Idade – abordando o Estatuto do Idoso e aposentadoria; Cidadania – conhecendo as instituições de direito civil; e Questões Cotidianas – noções básicas do Direito do Trabalho e Direito do Consumidor. A atividade foi concluída com uma grande ação social.
Neste segundo projeto, a temática abordada foi a respeito da prevenção à violência praticada contra crianças e jovens, com assuntos tratados de maneira simples, direta e adequada a cada público. Para isso, os membros do grupo Comunhão e Direito se dividiram em quatro equipes com a finalidade de conversar com educadores, pais e responsáveis, adolescentes e crianças, na manhã do último sábado. Nem a chuva atrapalhou os trabalhos.
A advogada Cristiane Ganda Ribeiro integrou um dos grupos – o que conversou com educadores, acompanhadores juvenis, líderes comunitários e religiosos, sobre a “Formação de educadores e medidas de prevenção ”-, explicou que houve toda uma preparação dos voluntários para que tivessem condições de abordar os temas com a comunidade. “Nós nos preparamos, através do estudo da obra ‘Proteger a infância’ (editora Cidade Nova), para desenvolvermos essa atividade. Tivemos também o auxílio de profissionais de outras áreas, como da Psicologia e Pedagogia. Mesmo com a chuva, ver a comunidade chegando foi motivo de muita alegria. Impossível não perceber que construir uma sociedade fraterna depende de nós, e que todo o esforço empregado nesse propósito vale à pena”, comentou.
A desembargadora Socorro Guedes, que lidera o grupo Comunhão e Direito no Amazonas, ressaltou que as crianças e adolescentes são muito vulneráveis e cada um tem um papel importante na prevenção. “Não podemos pensar que a responsabilidade é apenas do Poder Público, cada um de nós deve fazer a sua parte. A ideia do projeto é levar juristas e profissionais de outras áreas até a comunidade para conversar a respeito de questões que são fundamentais no nosso dia a dia. O objetivo é a proteção, a prevenção, falar das possibilidades que possam pôr em risco a integridade física e psicológica de nossas crianças e adolescentes”, explicou a magistrada.
Socorro Guedes também acrescentou que o grupo já recebeu dois convites para levar o projeto a outros pontos da cidade. A divulgação será feita após a confirmação de datas e locais. “É um projeto importante e creio que teremos bastante trabalho nos próximos meses”, completou.
Atividades
A equipe que se dedicou às famílias (pais e responsáveis) abordou as temáticas do bullying e cyberbullying, sexting, depressão, automutilação, efeitos do uso excessivo de aparelhos eletrônicos, noções básicas de direitos da criança e do adolescente (ECA), e por fim, prevenção ao abuso sexual.
Já a equipe dedicada aos educadores, acompanhadores, líderes comunitários e religiosos, além da aplicação de um manual prático-preventivo para o desenvolvimento das atividades destinadas a este público, apresentou um programa de prevenção à intimidação sistemática (bullying) e orientações de educação emocional. A roda de conversa possibilitou troca de experiências e contou com a presença de professores, advogados, membros da associação do bairro, colaboradores do Centro Social Roger Cunha, membros do Movimento dos Focolares, escoteiros da Igreja Adventista, catequistas da Igreja Católica e uma representante da Coordenadoria da Infância e da Juventude do Tribunal de Justiça do Amazonas.
As equipes que se dedicaram ao público de crianças e jovens realizaram a conscientização com o auxílio de teatro, brincadeiras, recursos audiovisuais e um bate-papo de uma forma lúdica, leve e clara. Voluntários se vestiram de palhaços para uma melhor interação com as crianças.
Roger Cunha
A instituição filantrópica atende mais de 150 pessoas, moradoras do “Ouro Verde” e bairros adjacentes, com cursos diversos, promovidos também em parceria com outros órgãos; têm ainda projetos de leitura e apoio escolar, com participação de crianças e adolescentes, entre 4 e 18 anos, muitas delas provenientes de famílias desestruturadas e que enfrentam a pressão do tráfico de drogas.
 
 
 
 
Texto: Acyane do Valle
Fotos: Chico Batata

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